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Suicídio, uma falsa solução


Nas horas de desespero e angustias extremas, quando as forças nos faltam, buscamos naturalmente um meio de acabar com o sofrimento. Num grave erro de raciocínio aparentemente lógico, certas pessoas pensam em tirar a própria vida. Mas o suicídio é uma falsa solução.

Aquele que acredita livrar-se do sofrimento desta maneira está se enganando completamente: a morte do corpo não representa o fim do ser consciente que somos, e ainda menos o fim do sofrimento.

O suicida comete o maior erro de todos, não para com os outros, mas para consigo mesmo, destruindo o veiculo transitório que lhe serviria de meio de aprendizagem, provação e expiação de erros passados. Tarde demais, e para a sua maior confusão, o ser consciente descobre que absolutamente nada resolveu. Ao contrário, encontra-se ainda 'vivo', embora ainda vinculado ao seu corpo que agora jaz morto, destruído.
O sofrimento resultante do suicídio ultrapassa de muito aquele usado para justificá-lo.
Os céticos de plantão clamarão alto o mito de que 'ninguém voltou para contar', como ingênua justificação para tal ato de covardia que confundem com coragem. A experiência demostra uma realidade muito diferente; ao redor do planeta e diariamente, seres conscientes libertos da matéria interagem conosco pela inspiração ou comunicação mediúnica.¹ São inúmeros os relatos de espíritos sofredores lamentando a sua situação no além túmulo e os que se encontram nas piores condições são invariavelmente os suicidas. Acredito ser necessário alertar o leitor sobre o assunto potencialmente perturbador tratado nas próximas linhas, deixando à discrição de cada um a opção de pular para o parágrafo 'Novos rumos'.

No livro Memórias de um Suicida, encontramos valiosos esclarecimentos quanto à situação penosíssima do ser consciente que destruiu o corpo físico;

"Em geral aqueles que se arrojam ao suicídio, para sempre esperam livrar-se de dissabores julgados insuportáveis, de sofrimentos e problemas considerados insolúveis(...) Enganei-me, porém; e lutas infinitamente mais vivas e mais ríspidas esperavam-me a dentro do túmulo a fim de me chicotearem a alma de descrente e revel, com merecida justiça. (...) Meu Espírito, rudemente violentado, como que desmaiara, sofrendo ignóbil colapso. Os sentidos, as faculdades que traduzem o "eu" racional, paralisaram-se como se indescritível cataclismo houvesse desbaratado o mundo, prevalecendo, porém, acima dos destroços, a sensação forte do aniquilamento que sobre meu ser acabara de cair."²

"Senti-me enregelar de frio. Tiritava! Impressão incômoda, de que vestes de gelo se me apegavam ao corpo, provocou-me inavaliável mal-estar. Faltava-me, ao demais, o ar para o livre mecanismo dos pulmões, o que me levou a crer que, uma vez que eu me desejara furtar à vida, era a morte que se aproximava com seu cortejo de sintomas dilacerantes."²

É notável a semelhança entre este último trecho e certos sintomas da síndrome do pânico. Os seus portadores teriam passado pelo mesmo caminho, hoje experimentando vestígios intuitivos de tal vivência? É o que sugere os relatos em regressão de memória colhidos ao longo dos anos pelo psiquiatra Jaider Rodrigues de Paulo.³

O conceito da reencarnação seria portanto necessário para entender o porquê dos males atuais, sendo estes reflexos e corretivos necessários para a nossa evolução; a dor é força educadora por excelência, verdadeira alavanca do progresso. No caso do pensamento suicida, além das questões anímicas (da alma), devemos também incluir um possível agravante: o processo obsessivo ou perturbação espiritual, assunto que abordaremos em outro artigo.

Novos rumos

Além do necessário tratamento psicológico e farmacêutico, a compreensão da nossa natureza espiritual abre campo mental para o autoconhecimento. Para o grande dissabor dos céticos em relação à espiritualidade em geral, é hoje comprovado cientificamente que a fé é um poderoso aliado contra doenças fisiológicas e mentais.⁴ Embora certos credos explicam com maior clareza as questões anímicas, pouco importa a religião escolhida quando a sua vivencia é intima, ativa e saudável, longe do fanatismo e exclusivismo que atormentam ou do apego ao culto exterior que muitas vezes desvia da proposta inicial de religação com Deus.

Nada existe que não possa ser superado ou suportado pela força da vontade. Nada.
Sempre acreditamos que os nossos problemas são os maiores do mundo e é imperativo tomar uma perspectiva maior, observar que inúmeras pessoas vivem e lutem em situações muitas vezes piores do que a nossa. Devemos trocar a inconformação pela resignação, o velho orgulho pela humildade e nos reconhecer como simples aprendizes da vida, perdendo valiosa oportunidade de crescimento íntimo, mergulhados na autopiedade e no pessimismo improdutivo. É vencendo a sombra íntima que aprenderemos a irradiar luz.

Simon Baush

¹DELANNE, GABRIEL. O Fenômeno Espírita, FEB.
²PEREIRA, YVONNE A. Memórias de um Suicida. FEB
³http://medicinaespiritual.blogspot.com.br/2011/08/sindrome-do-panico-na-visao-espirita.html
https://super.abril.com.br/ciencia/a-ciencia-da-fe/

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